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Hoje, 21 de setembro, aniversário de 42 Anos de Alphaville. Aqui, sua história.

setembro 21, 2015 11:58 pm by: Category: Alphaville, Barueri, Brasil, Santana de Parnaíba A+ / A-

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Fotos e parte do texto: Pertencentes ao Arquivo do Guia Newsville 1998/ Editora Newsville, fornecidas e autorizadas na época da edição pela Construtora Albuquerque, Takaoka S.A. Créditos obrigatórios no caso de reprodução. Texto agregado e montagem: Gláucia Poppe/ Editora Newsville para o Diário de Alphaville

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Alphaville começou em 21 de setembro de 1973, na cidade de Barueri, na Região Metropolitana de São Paulo, à 24 km do Marco Zero da Praça da Sé, para ser uma área estritamente empresarial, exatamente como aparece na foto, com ligação direta com a Rodovia Castelo Branco. No entanto,  a empresa pioneira a se instalar na Alameda Rio Negro, a HP – Hewlett Packart, em função da distância com a capital São Paulo,  solicitou à Construtora Albuquerque, Takaoka S.A.,  o ‘Empreendedor’, a criação de uma área residencial, até então não programada. Foi então, projetado e implantado o Alphaville Residencial 1, exatamente ao final da Alameda Rio Negro. Esta avenida, com 60 metros de largura, que se mantém assim até hoje, 42 anos depois,  junto com a Alameda Araguaia, foram as espinhas dorsais do início do bairro.

Neste início, 21 de setembro de 1973, o ‘Empreendedor’ implantou as benfeitorias urbanas, tradicionalmente da alçada dos poderes públicos, porque o município de Barueri, que era considerado então, uma ‘cidade dormitório’, não possuia condições econômicas para tal, muito menos para uma área ainda sem ocupação. O ‘Empreendedor’ obedeceu as normas públicas de infra-estrutura urbana, já que estaria doando à municipalidade as redes elétrica, de esgoto, de água potável, arruamento público e outras, e criou ainda, normas contratuais de uso do solo, para todos os que adquiriam lotes, empresariais, comerciais e residenciais.

Criaram-se as Associações de Moradores, cada qual com sua própria administração, hoje muitas superam arrecadação anual de mais de R$5 milhões de reais por residencial. Diferentes do Condomínios que foram chegando depois, cujas regras fazem parte do Código Civil. Duas condições diferentes de administração que existem até hoje.

Em 1974, o primeiro a ter sua ocupação, foi o chamado ‘Alphaville Empresarial’. Depois da HP,a primeira empresa e edificação do bairro, outras sedes administrativas de grandes empresas nacionais e multinacionais, galpões, indústrias e escritórios tinham que obedecer a principal exigência de não serem poluentes, para se instalar, e o fizeram.

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Logo, os pioneiros proprietários  do lotes residenciais do Alphaville Residencial 1, começaram as suas construções. Neste residencial,  as calçadas foram construídas em concreto, junto com gramados e eram permitidas cercas e portões frontais, resguardando a trecho de calçada. Por esta razão, ainda hoje, cerca de 140 casas, das mais de 900 já construídas no Alpha 1, como é conhecido, tem este perfil. No Alphaville Residencial 2, as calçadas se mantiveram. Nos demais, as ruas se estreitaram e as calçadas desapareceram, um grande erro cometido que hoje dificulta a vida de pedestres, inclusive moradores que gostam de se exercitar, andando pelas alamedas dos seus residenciais.

Em entrevista feita há anos atrás, com um dos sócios fundadores empreendedores, o engenheiro Renato de Albuquerque,  exclusiva para a revista Newsville, para esta editora, o mesmo contou que o seu sócio Yojiro Takaoka, acompanhado de uma funcionária da construtora, no início do Alphaville Residencial 1, fazia pessoalmente, compra de pães e leite, em Barueri, para entregá-los logo cedo, nas casas dos moradores pioneiros.  Era uma forma de tornar mais amena a falta de infra-estrutura local que foi, aos poucos, iniciando-se no Centro Comercial Alphaville e no seu entorno. Foram pioneiros no comércio, o restaurante La Rocca, uma video locadora, uma imobiliária, instalados logo na entrada do Portão 1, na Alameda Madeira. E, no lado oposto, ao final da Alameda Purus, na esquina com a Alameda Araguaia, uma edificação apelidada de ‘Redondo’, teve um mini mercado e uma farmácia, que junto com uma padaria instalada na Alameda Araguaia, formaram o primeiro centro de apoio de compras e ‘ponto de encontro/lazer’ de Alphaville, muito frequentados pelos moradores da época. Depois disso, veio a extensão do bairro em direção ao município de Santana de Parnaíba, pela Avenida Alphaville que depois passou a se chamar Avenida Yojiro Takaoka em homenagem póstuma a um dos fundadores do bairro.

Por esta avenida viriam os Alphaville 3,4,5,6 (não tem 7), 8, 9, 10, 11, 12, Conde, Plus, 18 do Forte, Alpha Sítio, Burle Marx. Surgiriam os residenciais Alpha Zero, Melville,  Tamborés 2 e 3. O caminho para condomínios como o Up Town Housing, Scenic, Gênesis I e II, Valville I e II. Surgiria outra avenida, a Marcos Penteado de Ulhôa Rodrigues, com os residenciais Tamborés 4, 5, 6, 7, 10, Quintas de Tamboré, com vários condomínios residenciais, como também são vistos na Avenida Marte e, seguindo o exemplo dos pioneiros que vieram junto com o Alphaville 2, ao seu lado e do Alphaville 1, no Centro Empresarial Alphaville, aquele onde tudo começou.

Chegaram inúmeros edifícios comerciais, vários super e hipermercados, várias escolas, duas universidades, novos centros de apoio, novas avenidas, várias lojas, inclusive dentro de grandes shoppings centers com várias salas de cinemas, prédios com helipontos, todos os bancos e muitas agências, muitas gráficas dentro de um grande Parque Gráfico. Lojas de grande porte em vários segmentos, restaurantes e redes de hotéis de renome, buffets para festas e até Casa de Show. Surgiu o Parque Ecológico que chega perto, em tamanho, do Parque Ibirapuera. Muitas linhas de ônibus, pontos de táxi, vários postos de gasolina e inúmeros pet shops.

Tamanho ‘boom’, teve o seu preço. Faltou, desde o início, um Plano Diretor, para as duas cidades, que hoje começam algo, com um atraso irrecuperável. Alphaville, pagou o preço do seu estrondoso sucesso, perdendo a sua mobilidade urbana há tempos, contendo  uma malha viária congestionada e insuficiente. O Poder Público tenta amenizar o problema viário há anos. Surgem e duplicam-se novas alternativas viárias, mas o crescimento desenfreado continua.

Alphaville começou como um ‘Paraíso’, inclusive, fiscal, com baixa tributação de ISS. Isto trouxe um número gigantesco de empresas.  Uma população fixa que hoje não tem um censo que a dimensione e pode  estar entre 70 e 80 mil pessoas, e uma população flutuante que deve quadruplicar este número. Incontável o número de veículos de pequeno e médio porte, ônibus e caminhões que circulam diariamente no bairro. Ligação com a Rodovia Anhanguera, ligação com o Rodoanel, Castelo Branco duplicada e pedagiada. Promessa de ‘metrô de superfície’ ligando estação de trem ao bairro.

Tudo pode parecer caótico e, chega a ser, no trânsito dos horários de ‘pico’, ou na falta de infraestrutura da Eletropaulo em atender um bairro que possui muitas árvores e muita demanda de serviço, principalmente em dias de chuva. Mas, alamedas não seriam os nomes das ruas de Alphaville? Sim, e assim ela são. Nem tanto como deveriam ser, pois moradores da capital chegam e cortam, sempre disfarçadamente, as árvores existentes. Muitas foram cortadas ao longo destes 42 anos.

Mas, com tudo isto, não se nega que, algo que surgiu para ser apenas um Centro Empresarial, como se vê nas fotos de 1974, teve a evolução que seus idealizadores jamais imaginaram. Um bairro gigante, abarrotado, mas que não perdeu a sua categoria de bairro ‘chique’, que nem era para ser, em 1974, mas que virou e ficou com este ‘status’ e passou a ser copiado como modo de viver. Continua sendo um bairro muito bonito. Poucos querem abandoná-lo pelos seus defeitos, mas o que é preocupante é, que muitos querem vir morar em Alphaville. E, não param de vir mais moradores, mais empresas, mais carros, mais tudo.

Isto é Alphaville, o empreendimento precursor, que gerou tantos outros pelo Brasil, e dois deles em Portugal. Foi e é, copiado por todo o Brasil. Mas, não se manteve horizontalizado como deveria ser. E, a verticalização que veio chegando em velocidade incontrolável, desestabilizou o seu perfil e a sua malha viária. Tudo isto em apenas 42 anos de idade.

Um fenômemo, sem dúvida alguma. Alphaville é um fenômeno, mas deixou de ser fenomenal na qualidade de vida prometida. Seus fundadores, foram visionários, dentro de um limite de um projeto, que deslanchou e perdeu-se o controle do seu crescimento. Criaram algo sem precedentes: ALPHAVILLE!

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 Foto: www.economia.uol.com.br

 

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