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Editorial: Alphaville tem o sossego que as férias lhe permitem mas, por pouco tempo, como sempre.

janeiro 20, 2018 3:26 am by: Category: Alphaville, Barueri, Brasil, Santana de Parnaíba, São Paulo A+ / A-

via parque

Foto: Arquivo/ Via Parque

O bairro precisa ter o seu período de férias escolares para relembrar sua proposta inicial de ser um local muito especial e ideal. Com 44 anos de idade, Alphaville enfrentou um crescimento desordenado, muito mais em função de sua verticalização, do que por conta dos residenciais fechados que foram surgindo ao longo dos anos.

Agregou-se ao bairro, o Tamboré onde, na Avenida Marcos Penteado surgiram muitos condomínios verticais com cerca de 24 andares, em média, com muitos blocos. Incalculável o número de veículos que estes prédios acrescentaram ao bairro. E, o pior, tem espaço para construir mais. Sem contar aqueles que já se aglomeravam na região do Alphaville Empresarial administrado pela AREA.

No entanto, em comparação a outros bairros de São Paulo, onde aglomerações existem, o número de acidentes e crimes é, realmente, baixo. Há investimentos do Poder Público, em obras viárias, mas o problema maior está em não existir espaço para se criar muitas alternativas. Este foi o maior erro na concepção do bairro, que não teve um Plano Diretor para controlar o seu crescimento.

Qualquer tipo de acidente pode parar as grandes vias de acesso, que são poucas. E, em tempos de aulas e final de férias, o número exacerbado de veículos da população fixa e flutuante, também torna o ‘paraíso’ em um verdadeiro inferno viário.

Há obras viárias importantes, que aliviam, de certa forma, o trânsito local. Aquilo que se vê, em férias, é temporário. Um sossego para os poucos que ficam no bairro. Mas, o problema é maior, já que a Castelo Branco já é uma rodovia ampliada e sobrecarregada, assim como o bairro.

A Via Parque criou uma nova alternativa viária, muito boa, mas é impedida de prosseguir adiante, por construções nas margens do Rio Tietê, chegando ao absurdo de um terreno do DAEE ter uma construção de Centro de Lazer do Alphaville Residencial 6, impedindo a ligação da Via Parque ao Viário da Ponte, em direção ao centro de Santana de Parnaíba.

O bairro é bem cuidado. Mas, sua sobrecarga é impraticável de ter solução. Culpar o Poder Público, neste momento, é esquecer que os erros começaram a se avolumar, ao longo dos 44 anos. O número de empresas em edifícios verticais e horizontais, passou, também, do limite do aceitável. E, aí? Demolir, não dá mais.

Na região do Centro Empresarial, fiações desordenadas causam espanto. Como se chegou a isto?

Todos quiseram vir morar, todos trouxeram muitos carros, todos quiseram construir, comprar apartamentos, montar empresas e a sobrecarga acontece há anos, e não tem solução.

Apesar de queda de arrecadação municipal, ainda há um lastro de impostos que permite haver obras viárias. E, elas acontecem, estão continuando. Mas, não conseguem acompanhar a demanda local.

O problema é espaço! Não há mais espaço para criar avenidas e ruas de interligação. A malha viária não tem espaço para crescer. Mas, as pessoas não páram de chegar, os carros não páram de  chegar. Os shoppings e malls não páram de chegar. Mais um, agora, em frente ao Mackenzie Tamboré, vem vindo por aí.

E, vagas de estacionamento, são desproporcionais, insuficientes. Mas, as férias duram pouco. O caos no trânsito é a realidade que nos espera, sempre. E, mais empreendimentos chegando, fazendo Alphaville parecer um ‘saco sem fundo’, que não é. Mais carros nas ruas, sem espaço para mais ruas. As obras viárias, futuramente, terão que ser elevadas, só mesmo, com avenidas em cima de avenidas. Saturação viária, saturação imobiliária. E, na estrada, metrô de superfície, promessa antiga, promessa esquecida. E, mais fiações desordenadas, mais trânsito, complicado demais…

 

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