Arte: Secom
Quem explica em um primeiro momento os percursos e a complexa rede de planejamento, organização, registro de dados, acondicionamento, segurança e distribuição dos imunizantes é a coordenadora da Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Barueri, Rosana Perri Andrade Ambrogini.
A vinda das vacinas de diferentes países é o “primeiro gargalo” na distribuição. “Elas chegam ao Brasil e o Ministério da Saúde faz a distribuição para os estados e estes para os municípios usando sempre o critério populacional”, informa.
As doses são enviadas tendo como base o número de habitantes dos municípios. Para tanto, o Ministério da Saúde e os governos dos estados usam o último Censo, que é ainda de 2010, para identificar a quantidade de moradores. Ocorre que a população de Barueri cresceu vertiginosamente nos últimos 11 anos, o que obriga a Secretaria de Saúde a fazer reiterados pedidos de doses extras ao governo do estado. E este é o “segundo gargalo”, explica Rosana.
Quando as vacinas chegam a Barueri são acondicionadas primeiramente em uma grande câmara de conservação que controla a temperatura e mantém rigorosamente as propriedades dos imunizantes. Depois disso, a distribuição se dá a partir das sete horas da manhã, quando equipes da Saúde, cada qual composta por motorista, técnico de enfermagem e escolta de segurança feita pela Guarda Municipal, levam as doses, também acondicionadas em caixas portáteis de conservação, para 13 Unidades Básicas de Saúde e três polos de vacinação especialmente montados na pandemia.
A temperatura das vacinas, que tem de estar entre dois e oito graus celsius, é monitorada o tempo todo nas caixas térmicas usadas no transporte e em cada câmara de conservação presente ainda nas UBSs e nos polos. Também são conferidas a validade e o lote de cada leva de vacinas que chegam. Tudo devidamente registrado no SIS (Sistema de Informação da Saúde), cujas informações ficam disponíveis para os governos Federal, Estadual e Municipal.
Para movimentar toda essa máquina de distribuição e conservação a Administração Municipal tem de dispor de um ‘batalhão’. Cerca de 90 funcionários administrativos; 77 Enfermeiros; 214 técnicos de Enfermagem e seis motoristas. Soma-se ainda os funcionários das Secretarias de Segurança e Mobilidade Urbana, de Educação, de Esportes e da Fieb (Fundação Instituto de Educação de Barueri).
Diante de tanta mobilização, Barueri conseguiu chegar a 101,47% da população acima dos 12 anos de idade vacinada com a primeira dose. Hoje são mais de 464 mil doses aplicadas.
Para chegar a esse resultado, o grande desafio enfrentado por Barueri, pelo Brasil e pelos demais países do mundo é procurar administrar com absoluta eficiência a quantidade de doses das vacinas que chegam paulatinamente ao município. E a razão disso é porque a produção mundial não atende de uma vez a necessidade de imunizar toda a população.
O mais novo desafio, contudo, é com relação à nova variante Ômicron, identificada inicialmente na África do Sul, que tem alto potencial de contaminação com casos já registrados na Europa e preliminarmente até no Brasil. A Ômicron ainda é um mistério para os cientistas. As farmacêuticas Pfizer, Janssen, Moderna e AstraZeneca anunciaram que estão pesquisando formas de adaptar seus imunizantes contra a Covid-19 e entender a eficácia contra a nova cepa.