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Opinião do editor: Miss Brasil Universo, sua história de mais de 62 anos, abre uma questão – “Ser ou não ser regulamentado por leis”

fevereiro 21, 2017 12:10 am by: Category: Brasil, Mundo A+ / A-

martadesfile Foto: wp.clicrbs.com.br

Fonte: Wikipédia: “Miss Brasil é um concurso de beleza feminino realizado anualmente no  Brasil que visa eleger, entre as representantes de cada unidade federativa do país,  uma representante nacional da beleza da mulher brasileira. A vencedora de cada edição representa o país no Miss Universo. O concurso existe desde 1954, quando a baiana Martha Rocha (foto) tornou-se a primeira Miss Brasil.”

Em tempos de concursos de miss, há de se observar o que isto significa, como competição para um país. Há eventos que possuem uma história, ditam padrões e criam um vinculo com a população de uma nação.

O Miss Brasil Universo possui este perfil e possui notoriedade desde sua primeira edição que encantou o país com a baiana Martha Rocha em 1954.

Quando uma pessoa assiste a este evento anual, que é transmitido em todo o território nacional, tem a sensação de pertencimento, o acolhe como algo que demanda, regulamentalmente, uma grande disputa aberta a toda jovem brasileira que tiver o perfil necessário para torná-la competitiva em cada etapa: municipal, estadual, nacional e, por último, a tão sonhada etapa internacional. Quem não faz parte do meio descobridor e preparador de misses conhecido como o “Mundo Miss”, vê o “Sonho de Miss” como algo democratico e  seletivo por disputa unicamente pautada em um regulamento internacional, do evento master, no caso, o Miss Universo. E, o propósito é este, mesmo.

Representar um país, é mobilizá-lo em uma torcida saudável e nacionalista, que para muitos, chega a ser patriotica. Portanto, organizar este evento é algo de extrema responsabilidade, profissionalismo e seriedade, em qualquer esfera, seja ela municipal, estadual, nacional ou internacional. Lisura, é pressuposto básico. Experiência, seriedade e competência, também, são inegociáveis. A beleza e imponência dos eventos podem impressionar quem os assiste, mas  a sua  credibilidade é algo essencial pois, se for abalada, os torna “vazios”, “fúteis” e, nenhuma competição séria pode ser “vazia, fútil ou questionável”.

Portanto, qualquer competição tem que transmitir confiança, disciplina, obediência à regras e critérios. Mesmo sendo realizadas por empresas privadas, estas precisam entender a importância do evento, onde não se permitem erros. Haja visto o erro do anúncio da Miss Universo 2015 que, dado errado pelo apresentador americano, causou um constrangimento internacionalmente comentado nas principais mídias e virando chacota e ‘memes’ nas redes sociais.

Competições de grandes proporções tem que ser impecáveis, sim, todas. Não importa o segmento. Qualque erro abala respeito, credibilidade, imagem  e a continuidade do evento.

No caso, vence o Miss Universo quem tem o perfil mais próximo daquilo que o evento se propõe. Portanto, qualquer desvio disto, nos eventos estaduais e nacionais, por modismos ou por conceitos que se afastam do evento final, colocam em risco, não só a condição de disputa, mas a tradição existente no país. É certo que, quem muda as regras, e com necessária sabedoria, é o evento final e, nunca, os que o antecedem.

Outro ponto importante a ser levantado, é se deve ser tratado como evento privado, mesmo que a organização do mesmo seja privada, pois a sua história já criou o sentimento de pertencimento ao País e de nacionalismo perante a população. Mesmo empresas privadas assumindo a organização, o que se faz necessário, parece estranho ao sentimento nacional, que se apropriem totalmente do evento que ganhou perfil e notoriedade na história do País, que reflete a sua ‘cultura da beleza feminina’, algo que muda ao longo dos tempos e, que mobiliza a atenção e a torcida da população.

Afinal, quem torna o Miss Brasil algo importante, é a torcida da população brasileira, que acredita na disputa. Tal qual na Fórmula 1, na Copa do Mundo, etc. E, que dá a grandiosidade que o evento atingiu ao longo de muitas decadas.

Então, se isto deixar de ser pressuposto básico, deixa de ter o significado que tinha e deixa de ter a ‘Razão de Existir’. Como tudo que chega a uma proporção histórica, culturalmente, deve ser visto de uma maneira mais ampla, inclusive, a necessidade de se  ter proteção e preservação.

Então, não seria o momento, até tardiamente,  de se regulamentar este grande evento de competição de beleza? Há um projeto de lei do deputado estadual paulista Ricardo Izar, para tal, que já é publico, mas que necessita de ajustes para garantir que todas as variáveis sejam devidademente observadas e, levadas para a aprovação no Congresso Nacional.

E mais… Miss Brasil Universo, sim, já  pode ser considerado um ‘patrimônio cultural nacional’, cultura no sentido de “cultura de um povo, sua evolução nos conceitos de beleza, ao longo dos tempos”. E, deve ser entendido como evento de interesse nacional e sempre democrático, respeitando inclusive, a soberania de cada um dos 5.561 municípios brasileiros, que devem decidir quem organizará os seus eventos municipais. Portanto, organizadores devem estar em sintonia com cidades,  suas coordenações de misses municipais e o Estado Democrático de Direito.

 

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